sábado, 19 de novembro de 2011

Sobre o Toyota: O tanque de guerra dentre os jipes

Com fama de "subir até em paredes", "arrastar qualquer coisa" e "não quebrar nunca" o Toyota se tornou um símbolo entre os 4x4 de robustez, força e confiabilidade,e para entendermos como esse jipe se tornou tudo isso vamos dar uma olhada em sua história. A história do Toyota jipe, nada mais é que a história da marca Toyota, que por um bom tempo fabricou somente o jipe, que aqui conhecemos como Toyota Bandeirante. No Japão, no final dos anos 30, a Toyota foi fundada com o projeto de fabricar um pequeno caminhão para atender o mercado japonês. Com o início da Segunda Guerra Mundial, o governo japonês solicitou à Toyota em 1941 a produção de um veículo leve para ser utilizado pelo exército daquele país. O projeto porém, não agradou o governo, que acabou solicitando à Nissan. Então, quando veio a Guerra da Coréia em 1950, o governo dos Estados Unidos queria um fabricante asiático que pudesse fabricar um veículo 4x4 como o Willys. A Toyota apresentou um projeto de um veículo parecido com o jeep, porém mais alto, com capacidade de carga muito maior e mais pesado e também não havia reduzida, sendo apenas uma primeira marcha curta. Como a maioria dos componentes eram de caminhão, o carro ficava longe das exigências dos estadunidenses de produzir um carro o mais leve e compacto possível e que se assemelhasse mais a um carro do que a um caminhão. Porém, graças a esse projeto a Toyota conseguiu criar um veículo robusto ao extremo, dando origem mais tarde ao Land Cruiser.
Começando a fabricar o Land Cruiser e, esse ganhando fama por onde passava, a Toyota passou a exportá-lo para as regiões mais inóspitas do planeta, onde ele foi vendido em 188 países dos 211 hoje existentes e fazendo tanto sucesso que foi necessário espalhar fábricas da Toyota pelo mundo todo. No Brasil a Toyota chegou em 1958 onde o Land Cruiser era montado inteiramente com peças japonesas. O primeiro modelo vinha com um motor Toyota a gasolina, 6 cilindros e 4,0 litros. Com o intuito de nacionalizar a fabricação, pouco a pouco, foram introduzindo peças nacionais no veículo, inclusive no motor que passou a ser um mercedes-benz a diesel. Com a nacionalização, o carro também mudou de nome passando a ser chamado de Bandeirante. Dez anos mais tarde a produção já passava a ser com 100% de peças nacionais. Em 1973, o Bandeirante passou a usar um motor da mercedez-benz 3,8 litros, mais forte e de funcionamanto mais suave, mas sem mudanças significativas no resto do conjunto. Em 1981, o Bandeirante enfim ganhou uma caixa de transferência, tendo assim 4 marchas simples e 4 reduzidas. Em 1993, o câmbio passava a ter 5 marchas, o que auxiliava em muito na rodovia. No ano seguinte, o Bandeirante passava a usar o motor Toyota 14B com 3,7 litros, que funcionava melhor em altas rotações, mas perdia um pouco da força em baixa rotação em relação ao anterior. Agora o carro vinha também com freio a disco nas rodas dianteiras. Depois de mais de 40 anos sendo produzido aqui, em 2001 o Bandeirante deixava a linha de produção. Tendo em vista que no ano seguinte entraria leis mais rigorosas de controle de emissão de poluentes, a Toyota preferiu encerrar a produção, já que seria necessário colocar um motor mais fraco como no caso do Land Rover.
Agora vou falar um pouco das características e os prós e contras desse veículo. É um veículo confortável para um jipe e econômico também. Tem um motor forte e um cojunto extremamente confiável. Na trilha geralmente é o responsável por tirar o pessoal do atoleiro, devido a sua força. Para se ter idéia, uma vez eu puxei uma Toyota caminhão que estava puxando uma F 4000 quebrada na subida sem patinar. Seus únicos pontos fracos são: o motor vibra muito (o mercedes-benz), freios ruins (quando é tambor) e peso, que pode atrapalhar um pouco na trilha, principalmente porque sua capota é de aço e com isso seu centro de gravidade é alto. Minha experiência com esse carro começou quando eu tinha uns 16 anos e meu pai comprou uma Toyota 99 curta. Ele adorava essa Toyota, viajava para vários lugares, vivíamos fazendo trilhas, todos gostavam dela, era um membro da família. Eu fui o que mais apeguei a esse carro e por vontade do destino acabei herdando ela para mim. E digo que foi por vontade do destino, porque meu pai já colocou ela pra vender, ela já teve outro dono, mas no fim das contas ela acabou voltando para mim. Hoje em minhas mãos, ela esta toda equipada e é o principal carro que usamos para nossas trilhas e passeios. Bom, para quem pretende comprar esse carro, saiba que ele topa qualquer coisa. Desde uma trilha pesada, até a uma viagem longa, é um excelente carro, por ser confiável, robusto, ter uma manutenção baixa e barata, baixo consumo, etc. O único problema é o risco de roubo, já que todas as suas peças são desejadas por donos de Jeep e outros 4x4, sendo muito fácil achar comprador para elas.


No vídeo abaixo é possível ver o desempenho de um Toyota Bandeirante na trilha:



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